quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Goiânia Noise: segunda noite



Crédito da foto: Bruno Lobo

Extasiados com as apresentações excelentes da noite anterior, nem deu muito tempo pra digerir e discorrer sobre tudo e já tava na hora de partir pro Cererê pra curtir o segundo dia de Goiânia Noise que nos esperava com mais 14 shows na programação.

A noite era especial, primeiro porque era a última de apresentações no Martim Cererê, lugar que eu adoro de paixão, e segundo, porque sabia que ia encontrar uma galera de Palmas que tinha vindo especialmente pro rolê do Noise.

A atração do dia era o The Mummies, mas também tava muito na pilha pra ver o Vespas Mandarinas. Com a programação na mão e super atrasada pra ver o Cuadros Invitados da Argentina, corri pra curtir o Ecos Falsos.

Os paulistanos já tinham se apresentado em Palmas esse ano, mas com uma apresentação fraca. Explico logo.

Fraca não por causa da banda, mas por causa do público palmense, que acabou não indo prestigiar a Noite PMW (evento de lançamento da edição anual do PMW Rock Festival), data que os Ecos Falsos tocaram na Capital.

E por isso vê-los em Goiânia foi super bacana. Os caras ao vivo são donos de uma animação enorme. Mesmo que você não conheça o som dos Falsos ou não goste da música, não importa, o show ao vivo é sensacional só pela animação e vontade de tocar que os caras tem quando estão no palco. Não tem como não tirar o chapéu.


VESPAS MANDARINAS

Antes de começar a falar do Vespas Mandarinas eu preciso falar do Forgotten Boys. Essa banda de SP foi a responsável pela minha incursão no universo do rock independente. Antes dos caras, minha vida vivia mergulhada pelo mainstream até que tudo mudou depois de ouvir o som do Forgotten no documentário 'Música de Trabalho' de 2002. Que som bom do caralho era aquele?

Vi a banda tocando no Outs em 2007, com o Chuck ainda na formação e pra mim foi tipo REALIZAÇÃO do rock independente. No Noise, quando fui entrevistá-lo tive a oportunidade de poder falar que sou FÃ das antigas e faniquitar na medida certa.

Agora falando dos Vespas... Ao vivo, os caras tocaram todas as músicas do EP deles e causaram um certo furor com a canção 'O Inimigo'. Essa que já podemos chamar de HIT. O legal é que dava pra ver que no público tinha um galera que era mesmo fã da banda de verdade, gente cantando as músicas, fazendo pedidos e tal.

Além do EP, o Vespas ainda tocou dois covers, uma do AC/DC e uma do Lobão. Essa última que foi apresentada no escuro porque tava rolando piques de energia no Martim Cererê.

Pra quem ainda não conhece o trabalho, do Vespas só correr no MySpace e fuçar por aí, porque o EP dos caras está disponível pra download free.

DO AMOR

Nunca tinha visto o Do Amor ao vivo, mas eu conhecia a fama dos caras. Sem contar o meu vício pelo disco novo deles, homônimo, que já me direcionava para o excelente show que iria assistir.

E claro ACERTEI. Verão, praia, macumba, carimbó, balanço maneiro e muita requebração de quadril foi mais ou menos o que resultou da apresentação. Não consegui fazer um vídeo sequer porque dediquei cada segundo do show a arte de balançar a pema.

Em uma entrevistinha pós show, falei com o Marcelo Callado, baterista do Do Amor e que também toca com o Caetano Veloso. O cara já tinha vindo a Palmas pra tocar com o baiano e me falou sobre o disco novo da sua banda, que além de ser lançado no formato do CD, ainda saiu em vinil e ficou muito legal.

Eu que nortista sou, aproveitei pra ensinar o Callado a dançar carimbó - pra quem não sabe o Do Amor tem uma música chamada 'Isso é Carimbó' - no que ele acabou me contando que o Mestre Pinduca disse pra eles que o som que a banda faz não é carimbó, mas é um ritmo novo chamado Balanço Maneiro. Então tá. Do Amor, criando ritmos desde...

Dando prosseguimento aos trabalhos, no sábado ainda teve show dos hardcores do Cólera, onde um dos públicos mais fieis do rock, simplesmente foi a loucura com os tiozinhos que são pra lá de gabaritados no que fazem há mais de 30 anos.

Vale só por toda essa experiência e vontade de tocar que foi facinho de perceber na apresentação dos paulistas. Eu não sou a fã de hardcore, mas mesmo assim sei respeitar os tiozinhos. Afinal não é qualquer um que tem coragem de meter a cara na estrada e fazer rock durante tanto tempo.

THE MUMMIES

Pra finalizar a noite, pelo menos a minha, já que a faltou a disposição pra ver o Música Diablo, fui curtir o show The Mummies. Os caras que já tocam desde 1988, envoltos de gazes, parecendo umas múmias explodiram o Martim Cerere com um garage rock nervoso.

Eu tava bem ansiosa pelo show do Mummies, porque pelo que conhecia da banda, sabia que a parada ia ser sinistra. No caos do The Mummies eu tive que deixar o trabalho de lado e ir curtir o show. E a decisão não poderia ser mais acertada. Sai do Martim satisfeita com o Mummies e satisfeitissima com o Noise até aquele momento.


TERCEIRO DIA

A mistura em teoria tinha ficado linda, agora a gente precisava descobrir como seria na prática. E enquanto rolava Ultravespa, Black Queen e GALINHA PRETA na Ambiente Skate Shop lá na UFG o público se preparava pra assistir o show do Macaco Bong com o baiano e ex-ministro da cultura Gilberto Gil.

A expectativa tava mil, principalmente depois de uma conversa que tive com o baixista do Macaco Bong, o Ney Hugo que me disse que pra esse show, o público não poderia esperar ouvir nem Bong nem Gil e muito Bong e muito Gil. O nó na cabeça causado pela fala do Ney me fez ir correndo pra UFG pra ver o resultado do amancebo dos artistas.

Inédito naquele formato, o trio instrumental de Cuiabá subiu no palco sozinho para depois receber o seu primeiro vocalista, Gil.

Juntos eles tocaram sucessos da carreira de Gil com arranjos que passeavam entre o som o Bong e o som o tropicalista.

A apresentação teve alguns erros de sincronia, e em alguns momentos percebia-se que o Bong estava meio sem jeito com um vocalista no palco. Assim como Gil demorou pra entender o ritmo do público e o ritmo da banda. Nesse meio tempo alguns compassos saíram de linha, mas no geral, a apresentação foi histórica e surpreendente. Eu curti, mas confesso, que alguns ensaios a mais teriam feito o encontro perfeito. Quem sabe no futuro?

No finzinho ainda consegui falar rapidinho com o Bruno Kayapi, guitarrista do Macaco sobre a apresentação. O cara me contou que tava super feliz pelo resultado. Pelo jeito o público também ficou!

Aproveitei o momento pra falar com o homem por trás do evento, o Fabrício Nobre que disse que estava satisfeitíssimo com a 16° edição do Noise, que a ralação foi muita, mas valeu a pena. E que depois do encerramento do festival, a Monstro Disco já iria começar a se preparar para os eventos do calendário de 2011! Muito gás hein?

No fim, o resultado do Goiânia Noise Festival foi: muitas cervejas, nenhuma ressaca, alguns discos comprados, alguns discos ganhados, muitas entrevistas, novos amigos, excelente companhia e MUITO ROCK DO BOM.

Obrigado a Monstro Discos, ao querido Fabrício, aos nossos anfitriões, Jô e Priscila, aos amigos encontrados, ao meu amado pseudo cinegrafista, Felipe e a todas as bandas que mandaram muito no Goiânia Noise. Nos encontramos novamente em 2011.

Um comentário:

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